sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Passa Tempo.


Passamos pela vida dia após dia e às vezes estamos tão ocupados com afazeres supérfluos que nem paramos para contemplar a sua grandiosidade.
A vida então segue sua correnteza, mundo a fora, rumo, rua abaixo. Dias, meses, anos, eternidades são desperdiçadas. E a gente correndo em círculos, buscando sempre a monotonia e a comodidade.
Manhãs, horas, stress, mais horas,  mais stress... Ufa! a noite, o descanso? Não, o cansaço e novamente o amanhã.
Seguimos construindo esse ciclo vicioso, que nos é conveniente. Moldamos a nós mesmos pelos padrões dos demais. Vendemos nossa essência, a ousadia, e a nossa voz. Cedemos passagem para um eu pragmático. Na verdade nesse estágio, o eu já se faz de um todo inexistência. Aderimos ao medo, a aceitação, ao silêncio a ao "tanto faz"...
E a vida segue... E vemos gente da gente indo para longe. Os contatos verdadeiros da agenda decrescem a cada ano. No lugar deles adicionamos os colegas, os sócios e os clientes.
As paredes da casa ecoam solidão, construímos  castelos que nos aprisionam ou ainda patrimônios que não desfrutamos, pois estamos sempre de saída. Passamos rapidamente em frente ao espelho e algo nos atrai a atenção. Serão os olhos cansados, as marcas de expressão?
A vida segue... e então percebemos que não seguimos juntos a ela. Ficamos todo o tempo no camarote, inertes. Percebemos que a muito tempo dormíamos um sono profundo.
Então chega a hora que a vida desacelera seu ritmo e a gente acha que agora conseguiremos acompanhá-la. Queremos liberdade. Correr, quebrar regras, ligar, falar, reencontrar, descordar, protestar, perdoar, cuidar, amar...
Queremos tudo isso, queremos a  viver... mas então percebemos que o tempo agora é quase inalcançável. Chegou o tempo em que a vida tem que morrer.

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